A gente se acostuma a por a pulga na orelha " eu poderia", "eu deveria", a gente se acostuma a tropeçar com as palavras, a achar tudo sem graça , a gente se acostuma a ser sempre mal entendido ,a estar sempre satisfeito por que acha que fez o que pode e acaba por viver de meias verdades.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma. _Marina Colasanti
Nenhum comentário:
Postar um comentário